Vermelho.
Por
detrás da cortina fina de suas pálpebras, ele encarava aquele espectro púrpuro
que lhe beijava o rosto com sua luz quente. Era o sol que já sangrava no
horizonte, afogando-se lentamente na escuridão. Uma orquestra de centenas de
cigarras abafava o barulho dos carros, das obras, engolia o bulício da rua no
fim da tarde. Enquanto todas aquelas pessoas lá em baixo lutavam para voltar
para casa, após um dia duro de trabalho, Felix começava o seu.
—
A
noite vai ser quente — murmurou para
si mesmo, saboreando o calor seco.