Um nascimento, seja do que for, nunca é uma coisa fácil.
A criatura é frágil, vulnerável e facilmente morre. É exatamente o caso de um projeto, uma aventura, um desafio que pode morrer nas suas primeiras semanas. O tempo foi curto, o esforço desperdiçado, os sonhos trocados por outra coisa qualquer. É exatamente isso o que nós, férreos pessimistas, aceitamos quando começamos a esboçar as primeiras palvaras daquilo que sonhamos como uma obra completa, um feito realizado, desafios quebrados, um oceano atravessado.
Pois é.
Pessimista, sem hipótese de fuga ou regeneração, o escritor de sonhos insistiu em nascer e clamar o seu direito de existir, nesse vácuo perdido em qualquer lugar imaginário. Ele escreverá os seus sonhos e os sonhos de nós todos. Leremos. Talvez. Ele insistirá em desenhar as suas palavras cor de terra.
E propôs-se a um desafio.
Enquanto a força dure e o amor não acabe, o escritor de sonhos se arrisca a escrever a sua pequena obra, seus pequenos contos e memórias. No fundo da sua imaginação desenhou-se o hierofante, a história de um jovem bastante comum, como todos os outros na multidão agitada, que descobre em si um dom muito especial, embora não necessariamente feliz.
A saga não está completamente desenhada. Apenas pequenas borboletas brancas volitam dentro de sua imaginação. O verdadeiro desafio é construir essa saga ao logo do tempo, de dias, semanas, quem sabe. Esse virtual recanto será as páginas do seu livro e os olhos escondidos, os seus leitores. Os capítulos nascerão com o tempo, as semanas, os dias, os anos. Outras estórias virão também.
Até onde irá o escritor de sonhos? Ninguém pode advinhar ou sequer sonhar.
Confiaremos no tempo e na sorte de, mais cedo ou mais tarde, nos encontrarmos nesse lugar imaginário, onde tudo nasce.
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