7.6.13

o infinito


atravessas  o mar amargo à procura de coisas que não tens
procuras eternidades que apenas existem em teus sonhos
esqueces-te que o passado e o futuro encontraram-se no presente
e te desiludes quando descobres que o efémero sustenta o mundo
observa o caminho por onde andas
olha bem para onde vão as nuvens
elas não lamentam o ontem ou o escurecer do céu azul
para elas bastou o momento ligeiro da sua existência
que se dissolve na chuva que molha os teus cabelos
olha a tua pele bem de perto e afunda-te em ti mesmo
descobre nas tuas células um infinito de universos
és um momento breve que acaba amanhã
feito de água, sal e semente
serás infinito no que te cabe
em um lugar eterno chamado sempre


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