Esqueçam o futuro apocalíptco ou as colônias em Marte. Pensem apenas em um mundo bastante diferente, várias décadas distante do vosso. Para alguém como eu, os anos já pouco importam nessa altura da vida. Olhando para trás, tudo parece tão longe. Sim, eu venho lá de longe; de 1982...
Antes que me perguntem, a resposta é óbvia... Não. O mundo não acabou em 2012, da mesma forma que não houve qualquer Apocalipse no virar do Milênio...
Mas houve um Apocalipse.
O mundo como o conhecíamos no início deste século, acabou. Tudo muda, eventualmente, e neste século de todas as transmutações, vimos tanta coisa nascer e morrer cedo de mais ou tarde de menos. A verdade é que este foi o século do efémero; da eternidade volúvel.
Lá de longe bem me lembro que, quando pisamos nos primeiros anos deste século XXI, houve todo aquele alarde sobre as catástrofes ambientais que devoravam o nosso planeta e tanto nos assustavam. As coisas não correram assim tão mal, mas houve perdas tristes. Contudo, aos poucos, o nosso próprio flagelo tornou-se demasiadamente perigoso e a Humanidade, por sensatez ou medo, ganhou algum juízo. Mesmo assim, nós pagamos um preço caro pela nossa ignorância.
É...
Ainda hoje o sentimos quando, muitos de nós que viemos lá de longe, somos tão dependentes da nossa dose de reposição genética, para não falar do oxigênio especialmente desenhado para aqueles que essas crianças de hoje chamam agora de genossauros... E eu que já me sentia um velho em 2050...
Pois é, para nós que não acompanhamos as - como direi isto de uma forma que me entendam - “edições” genéticas in vitro que essas crianças são sujeitas, sobreviver às alterações ambientais e biológicas deste fim de século é uma saga bastante cara. Nos tornamos “clientes fiéis” ou, a melhor dizer, dependentes do que os bio-fármacos e as clínicas genéticas têm a oferecer...
Mas não vim aqui para me queixar. Vivi muito e, pode-se dizer, bem.
Nesta série de relatos, quero apenas partilhar um pouco do meu hoje, vosso amanhã luminoso, o pós-Apocalipse brilhante, que da janela deste apartamento observo...
Eu poderia escrever várias e várias linhas elogiando seus textos, mas direi apenas isso: não pare de escrever.
ResponderExcluirObrigado Gabe! Muito obrigado.
ResponderExcluirSeja bem vinda e apareça sempre!
Abraço,
-aurelio